BEASTS OF NO NATION

Sinopse: 

Após o assassinato do pai e do irmão por soldados do exército, o menino Agu foge para o mato e é encontrado por um grupo de guerrilheiros rebeldes. Passa então a ser treinado e transformado em soldado, vivendo os horrores da guerra civil em seu país.

Título Original: Beasts of no Nation (Estados Unidos da América)

Ano: 2015

Direção: Cary Joji Fukunaga

Elenco: Idris Elba, Abraham Attah

Trailer:

Opinião:

Primeiro longa-metragem original da Netflix. O filme tem um realismo surpreendente, atuações perfeitas e uma direção impecável. Lembra um pouco o excelente Cidade de Deus, que mostra crianças entrando para o crime, recrutadas pelos traficantes de drogas. O filme é ambientado em um país africano não especificado, mas que poderia ser qualquer um entre tantos que vivem sob conflitos étnicos, políticos e econômicos. A estória é narrada por Agu, que não sabe ao certo pelo que luta, nem o que o futuro lhe reserva. Apenas segue as ordens de um líder manipulador e abusivo, se tornando soldado em um exército rebelde. Agu acredita em Deus, e teme ser julgado pelos atos que comete. O amadurecimento e embrutecimento do personagem é nítido no olhar e na fisionomia de Agu, através da ótima atuação do menino Abraham Attah. Numa das tantas frases impactantes do filme ele diz: "Sol, por que está brilhando neste mundo? Estou esperando pra pegar você com minhas mãos. Espremer tanto que não poderá brilhar novamente. Assim, tudo será sempre escuro, e ninguém terá que ver todas as coisas terríveis que estão acontecendo aqui." Sem dúvida é um filme que não passará despercebido entre os grandes de 2015. 

DOCUMENTÁRIO: FILHA DA ÍNDIA

Sinopse:

O documentário retrata a história da estudante de medicina Jyoti Singh, vítima de um estupro coletivo ocorrido na Índia em 2012. O filme faz uma análise psicológica e social dos estupradores, expondo uma sociedade machista que ainda culpa a mulher pelo estupro.

Título Original: India's Daughter (Reino Unido e Irlanda do Norte)

Ano: 2015

Direção: Leslee Udwin

Trailer:

Opinião:

Sensação de impotência, náuseas, raiva. São algumas das sensações que esse documentário provoca. A frieza dos depoimentos dos criminosos é absurda. O crime que chocou o mundo trouxe à tona a grave situação das mulheres naquele país, reféns de uma cultura onde muitos defendem estupradores e condenam suas vítimas. Um país com uma economia poderosa como a Índia tratar suas mulheres dessa forma só faz perder a fé na humanidade. "Nós temos a melhor cultura. Na nossa cultura, não há lugar para uma mulher". Essas são as palavras de um advogado, defensor da culpa feminina pelo estupro. Segundo ele, Jyoti é culpada de ter ido ao cinema à noite, na companhia de um amigo, o que justificaria o crime. É pra chorar de raiva! O documentário, lançado esse ano, após a condenação dos criminosos, foi banido na Índia.

O IMPOSSÍVEL

Sinopse: 

Maria, Henry e seus três filhos estão passando as férias na Tailândia, quando são atingidos por tsunamis que devastam o país deixando milhares de vítimas. Separados, machucados e sozinhos, lutam para continuarem vivos, tentando manter a esperança de estarem juntos novamente.

Título Original: The Impossible (Estados Unidos da América)

Ano: 2012

Direção: J. A. Bayona

Elenco: Ewan McGregor, Naomi Watts, Tom Holland, Samuel Joslin, Oaklee Pendergast

Trailer:

Opinião: 

Filme dramático, angustiante, bem produzido. É um bom filme, que vale à pena ser visto, tanto pelos efeitos, ritmo e também pela atuação das crianças. As cenas durante os tsunamis são realmente angustiantes, e todo o drama que se segue foi bem trabalhado. Li algumas críticas a respeito do final, que, por serem turistas ricos, receberam tratamento diferenciado e tal, enquanto a população local sofreu durante muito tempo as consequências da tragédia. Pode não ser o final mais empolgante, mas nisso foi fiel à realidade.  Numa cena, uma senhora senta ao lado de um dos meninos enquanto observam as estrelas, e ela diz que várias daquelas estrelas já morreram, mas sua luz ainda pode ser vista. O menino então pergunta como se pode saber a diferença, e ela diz "não pode". Talvez uma referência a tantas pessoas desaparecidas na tragédia e cujo paradeiro ainda é desconhecido.

UMA GARRAFA NO MAR DE GAZA

Sinopse: 

Tal é uma jovem de 17 anos que se mudou recentemente para Israel, e que passa a conviver com o medo de atentados que frequentemente ocorrem no país. Num desabafo, escreve uma carta e a lança ao mar dentro de uma garrafa, que é encontrada pelo jovem palestino Naim. Ambos começam a se comunicar por email, relatando seus medos e sonhos, e procurando respostas.

Título Original: Une Bouteille à la Mer (França, Israel)

Ano: 2012

Direção: Thierry Binisti

Elenco: Agathe Bonitzer, Mahmoud Shalaby,Hiam Abbass

Trailer:

Opinião:

Mais uma surpresa boa da Netflix. Fiz uma pausa no meio do filme e fui recomendar esse filme no Twitter, quando me deparei com mais uma notícia trágica do conflito Israel-Palestina: hoje enterraram uma mulher grávida e suas filhas, vítimas de bombardeios. O filme não tem como objetivo debater as razões do conflito, nem defender um dos lados, mas retratar o cotidiano de dois jovens que tentam levar uma vida normal em meio ao fogo cruzado desse conflito. Aos poucos, a amizade que surge entre os dois começa a produzir mudanças em ambos, nem sempre com consequências positivas. O filme é bem construído, envolvente, e com uma fotografia maravilhosa.

RUSH - NO LIMITE DA EMOÇÃO

Sinopse:

James Hunt e Niki Lauda, pilotos de fórmula 1, protagonizaram, nos anos 70, uma das maiores rivalidades no esporte. Enquanto Hunt era um piloto impulsivo, Niki era cauteloso, porém extremamente habilidoso. A disputa pelo título de 1976 se torna cada vez mais arriscada, e ambos vão às última consequências para conquistar o título de campeão.

Título Original: Rush (Estados Unidos da América, Irlanda do Norte, Alemanha e Reino Unido)

Ano: 2013

Direção: Ron Howard

Elenco: Daniel Brühl, Chris Hemsworth, Alexandra Maria Lara

Trailer:

Opinião:

Não é preciso ser fã de fórmula 1 e nem do corpão do Thor para se apaixonar por esse filme. A rivalidade levada às últimas consequências, superando até mesmo o medo da morte. James Hunt é o playboy, despojado e galanteador, enquanto Niki Lauda é técnico, cauteloso e muito habilidoso. O filme tem aquela nostalgia das corridas do Ayrton Senna, da rivalidade com o Proust, das corridas na chuva. Um belo filme, de uma história linda apesar de turbulenta, com atuações ótimas do Chris Hemsworth e do Daniel Brühl, atores muito bem escolhidos, não só pela semelhança física, mas também pelas personalidades um pouco parecidas. A situação das pistas, os carros, uniformes, e toda a parte dos boxes foram muito bem reconstruídos, trazendo para a tela o clima e a tensão das corridas naquela época.